domingo, 21 de março de 2010

João do Morro

Estava sentada na parada; esperando o ônibus para ir até a faculdade - mofando mesmo... Mas isso é assunto para outro texto.
Eis que surge aqueles garotos com uma carrocinha cheias de cd's piratas.O som lá nas alturas para divulgar o seu produto e curiosamente esse mesmo som atraiu a minha atenção.
Era João do Morro. Pra mim, um cantor popular do Recife que canta músicas que falam disso: Assunto popular, do povão mesmo, da periferia.
A música que tocava - descobri depois de pesquisar na internet -  era "A voz das carrocinhas" e dizia assim "Ó, mãe, a minha vida não é brincadeira, eu levo sol na cara e na muleira, andando depois paro num lugar (chupo um picolé, tomo uma aguinha e vendo cd)... ó, mãe, às vezes, tô na rua e tô com medo, eu faço isso, pois, não tenho emprego, melhor vender cd do que roubar, só porque trabalho com carroça, chamam a gente pirateiro, eu trabalho com carroça, o nome certo é carroceiro, pirateiros são aqueles que saqueiam em alto mar (...)"

Particularmente achei que essa letra tinha tudo a ver com aquela cena, com aquele garoto. Curiosa a respeito, me dispus a ouvir aquelas músicas, mas fui frustrada pelo "carroceiro" que, nem bem a música chegava aos 2 minutos, já pulava para a seguinte.

Meu irmão, após ouvir o meu relato, me trouxe a MORAL da HISTÓRIA: A intenção é essa: Vender. Aguçar o interesse através dos trechos da música... O interessado que compre o cd e ouça em casa!

(Eu não comprei.)

quarta-feira, 17 de março de 2010

A propagação de uma "tendência" LGBTTTs¹...

Diante de uma notícia essa semana, resolvi dá uma olhada em um post antigo... Percebi que ele estava mais que atual. Salvo alguns acréscimos, ele é o mesmo. Tanto é, que o mantenho no mesmo formato da primeira publicação. O que foi acrescentado, está na cor branca. 

Uma breve retrospectiva (vale a pena aprofundar-se) ...

VWA 2003 – Premiação da MTV americana: Madona deu um beijo na boca de Christina Aguilera e de Britney Spears.



Mulheres Apaixonadas, 2003 – Novela da Rede Globo: As personagens Clara (Aline Morais) e Rafaela (Paula Picarelle) mantêm um romance homossexual.



Senhora do Destino (2004) – Novela da Rede Globo: As personagens Eleonora (Mylla Christie) e Jenifer (Bárbara Borges) protagonizaram uma amizade que culmina num relacionamento homossexual.



O Segredo de Brockback Mountain, Filme lançado em 2005: Dois jovens, que após virem isolados por semanas, tornam-se cada vez mais amigos e iniciam um relacionamento amoroso.



América, 2005 – Novela da Rede Globo: Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) formam um casal homossexual.



2006: Ana Carolina lança o álbum Dois Quartos, com a faixa “Eu comi a Madona”. Uma forma de auto-afirmação?



2007: Em “Paraíso Tropical”, novela da emissora Globo, Tiago e Rodrigo, interpretados por Sergio Abreu e Carlos Casagrande, formam um casal gay estável.



Novela global Duas Caras, 2007/2008: Carlão (Lugui Palhares) e Bernardinho (Thiago Mendonça), mais um romance entre homens.



Maria Gadú, Cantora revelação de 2009: Assume sua orientação homossexual.



Big Brother Brasil 10 – 2010 – Nesta edição, o reality show, traz a casa três participantes homossexuais assumidos: Dicesar Ferreira, conhecido como a drag Queen Dimmy Kieer, Sérgio Francischini e a jornalista Angélica. Além dos simpatizantes...


Big Brother Brasil 11 - 2011 - Acontece, nesta edição do programa, o 1º beijo entre duas  mulheres. As protagonistas são Diana e Michelly. Diana é bissexual.


Novela Amor e revolução - 2011 - Novela do SBT traz o primeiro beijo entre duas pessoas do mesmo sexo na história da teledramaturgia brasileira. As interpretes foram as atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre.


Veja aqui o vídeo da cena.

Como já discutido anteriormente nesse blog, Moda não é (por si só) comportamento. Ela é, como fenômeno socio-cultural, influenciada também pelo comportamento. Assim, uma grande "tendência" nesses anos que se foram e nos que ainda estão por vir, é o universo homossexual. As preferências, o estilo de vida, a ideologia... 
Moral da História: O comportamento homossexual está na Moda.
¹Acrónimo de Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros (o 's' se refere aos simpatizantes).



domingo, 14 de março de 2010

Ruídos.

A única linguagem verdadeiramente internacional é a linguagem do corpo. Não, não os gestos: os ruídos. A tosse, o espirro, o pum, o trombone de sovaco, você os conhece. Também é a única linguagem autêntica. Talvez por isso mesmo haja tanta preocupação em disfarçá-la, e desencorajar o seu uso em público. Desde pequenos aprendemos a reprimir, na medida do possível, as manifestações naturais do nosso corpo, e a nos sentirmos embaraçados quando não dá para controlar e o corpo se faz ouvir claramente, causando espanto e mal-estar. Ao mesmo tempo, aprendemos a nos expressar com palavras e frases - ou seja, a linguagem da dissimulação, da mentira e, ela sim, da ofensa - que, por mais bem pensadas e articuladas que sejam, não tem a honestidade de um bom arroto.
Valorizamos a hipocrisia, condemos a autenticidade. E o que é mais civilizado, a palavra, que discrimina e exclui, ou o ronco da barriga, que é igual para todos e que aproxima as pessoas, além de descontrair o ambiente? Uns podem ser mais ou menos espalhafatosos, mas todos os homens espirram da mesma maneira. Os puns também são iguais - respeitadas as variações de entonação, inflexão e duração - , independentemente de raça, cor, classe ou credo religioso. E ninguém tosse com sotaque, ou com mais correção gramatical do que seu vizinho.
E sustento a tese de que, para conferências de paz ou qualquer negociação internacional, os países deveriam mandar os "mal-educados", no bom sentido. Pessoas que estabelecessem, de saída, sua humanidade comum, fazendo os ruídos que todos os homens e todas as mulheres (menos) fazem, em qualquer lugar do mundo. A primeira meia hora dos encontros poderia ser só de troca de ruídos do corpo, para criar o clima. Depois, o entendimento viria naturalmente. Mas não, quem é que mandam para essas reuniões? Diplomatas. Logo diplomatas, educadíssimos, incapazes de chuparem um dente na frente de quem quer que seja!
Não admira que ainda exista tanta discórdia no mundo.

O Mundo é Bárbaro e o que nós temos a ver com isso - Luis Fernando Veríssimo - pág. 87.

domingo, 7 de março de 2010

Definição...

O que é Design?
Existem muitas definições, muitas controvérsias...
Para Wilton Azevedo, é a atividade de projetar, compor visualmente ou colocar em prática um plano intencional.

 
Um evento em especial me deixou intrigada.
Chegando em casa, outro dia, minha mãe trouxe um carrinho de brinquedo para meu irmãozinho. Até então nada de incomum. Por um momento observei que o carrinho, um new beetle me parece, tinha diversos adesivos sobre si, remetendo àqueles carros de corrida cheios de propaganda ou patrocínio em sua lataria. Então, percorrendo todas as informações nos adesivos contabilizei 8 vezes – preste bem atenção: OITO VEZES - o nome “design” nos adesivos que estavam ali. Tudo bem que para uma criança de 1 anos e 7 meses isso é irrelevante, mas vejamos o que está por trás dessa aparente normalidade... Um fato como esse reforça e dissemina o conceito errôneo que a maioria das pessoas tem a respeito do design, do profissional designer e conseqüentemente tudo o que está associado a essa palavra. Assim, o design que é uma atividade multidisciplinar, que desenvolve soluções para problemas reais da sociedade com relação a projeto de produtos, sistemas de informação, levando em consideração questões de uso, produção, mercado, cultura, utilidade e qualidade (formal e/ou estética) é utilizado – entre outros absurdos - como sinônimo de um “formato moderno”. Por exemplo: “Ahhhh como aquele carro tem um design arrojado!”.

Nós, estudantes e profissionais da área, além do trabalho do exercício da atividade, temos que trabalhar duro para reverter à idéia de um design puramente estético, que foca seus esforços na configuração da melhor aparência. Essa questão também não deixa de ser uma de suas atribuições... Mas apenas UMA de muitas outras.

 
Uma sugestão: Reflita, na dúvida, pesquise e não comente a respeito do que não sabe.





sexta-feira, 5 de março de 2010

Simples assim...


Você já olhou o céu hoje? Nessa semana? Nos últimos 30 dias? Não aquele olhar de questionamento corriqueiro "Será que vai chover hoje? Deixa eu dá uma olhada no céu." Mas sim um olhar contemplativo. É aquela velha máxima "Olha mas não vê". O motivo dessa indagação é simples (simples como observar o céu). Mal estávamos no natal de 2009, já estamos no carnaval de 2010, o ritmo do tempo tem sido tão frenético que a ocorrência de gestos tão "pequenos" tem sido quase nula.

Admirar um céu estrelado ou azulado com nuvens branquinhas como algodão é uma forma de lembrar quem somos e onde estamos; é um modo de contemplar uma beleza genuína; é uma oportunidade de usarmos muito bem um sentido que quase não nos damos conta da importância: nossa visão.

Por outro lado, é bom que uma ação como essa - olhar... ops! ver o céu - não torne-se um hábito. Mesmo que "o hábito faça o monge" (ditado popular) ele também faz a rotina. Essa, por sua vez, escraviza e nos embrutece,
nos torna seres mecânicos sem a sensibilidade essencial que nos difere dos irracionais... Veja o céu... descubra o que está acima de você!

segunda-feira, 1 de março de 2010



"Não existe memória sem emoção"

Essa foi a frase que chamou a minha atenção a princípio. Num olhar mais atento, uma segunda frase - na verdade uma pergunta - me deteve na leitura da entrevista concedida à revista Veja, do neurocientista Antônio Damásio, para a reportagem especial "Os segredos da memória": De que maneira a memória influencia a criatividade e a inventividade?

A força da criatividade é, evidentemente, a imaginação. Esta nada mais é que a manipulação de imagens, que podem estar sim guardadas no armazém de memórias. A emoção então ajuda a gravar/organizar as informações/imagens de acordo com certas categorias - palavras do neurocientista.

Acredito. Acredito sim que a criatividade esteja - ou seja - produto da memória de um indivíduo. Não puramente a capacidade de armazenar informações, mas o modo de selecioná-las, utilizá-las. É como possuir uma caixa repleta de recortes, fotografias, imagens diversas. Se você não tem a sensibilidade - leia-se "emoção" - para constituir uma composição com todo o material que detém, tudo que está na caixa é vão, é conteúdo sem finalidade.