Falar em moda dá sempre "pano pra manga".
Há quem adefina, de forma simplista - como aborda Dário Caldas, em seu livro Observatório de Sinais - assim "Moda é comportamento".
Entre outras definições, essa não pode, por si só, definir a Moda, principalmente com a conotação quem vem assumindo.
Vamos refletir um pouco. É um tanto óbvio que formas e estilos de vestir-se expressem preferências pessoais. Nesse ponto encontra-se a indagação: Que preferências significam o quê em relação ao que se quer demonstrar em relação ao meio em que se vive?
Campos do conhecimento com propriedade para responder muito bem a esse questionamento - psicologia, antropologia, sociologia - tem ficado aquém de qualquer "crítico" de moda que entenda um pouco de história da moda, no mínimo. Essa prática acaba endossando a equivalência do conceito de comportamento com o de etiqueta social. Assim, mais uma vez a Moda, pretendendo-se ser levada a sério, cai na esfera efêmera da aparência. Resultado: Se Moda é comportamento, comportamento é Moda! Seja fashion e fique na "moda" (segundo a unanimidade).
"O modo de vestir e o modo de decorar ambientes desempenham papéis diversos na decifração do comportamento. Embora a roupa possa ser interpretada como sintoma neurótico, no sentido de delatar aquilo que se quer conscientemente esconder, a moda funciona como nivelador, e o indivíduo acaba por manipular a sua aparência, revelando menos e talvez resguardando mais a sua individualidade." Pág. 99
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